38 animais mortos são retirados de loja alagada em Porto Alegre; eletrônicos foram levados a mezanino, diz polícia

Segundo investigação, equipamentos eletrônicos foram recolhidos antes da cheia, mas animais ficaram no subsolo. Polícia Civil fez vistoria no local nesta quinta-feira (23).

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Em uma vistoria conduzida pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (23), foram retirados 38 animais mortos em uma unidade da Cobasi em Porto Alegre. A loja de dois andares, localizada no subsolo de um shopping do bairro Praia de Belas, alagou com as chuvas e a alta do nível Guaíba no dia 17 de maio.

A investigação também sinalizou que, antes da cheia, equipamentos eletrônicos usados no caixa foram levados ao mezanino – que não alagou –, possivelmente para não estragar, já que a água invadiu o subsolo, onde ficaram os animais.

“Eles foram retirados como precaução e levados ao mezanino, tendo ficado intactos. Esses materiais, CPUs, ficaram intactos no andar de cima. O que denota que a loja teve uma preocupação em subir esses objetos”, diz a delegada Samieh Saleh.

Do local foram retiradas carcaças de roedores, aves e peixes. Os animais foram localizados boiando no setor onde ficavam à venda. Muitos pássaros foram encontrados boiando, e outros mortos dentro das gaiolas.

O número de animais mortos pode ser ainda maior, de acordo com Samieh, titular da Delegacia do Meio Ambiente.

“Conseguimos retirar 38 carcaças de animais. A gente acredita que tem muito mais. Mas, por exemplo, os peixes, que são bem pequenos, esses aí vão ser quase impossíveis de localizar. E a loja é bem grande, o subsolo é bem grande, então a gente focou onde eles ficam expostos”, revela.

O g1 procurou a Cobasi nesta quinta (23), mas a empresa não havia comentado a investigação até a atualização mais recente desta reportagem.

No dia do alagamento, a empresa afirmou, por meio de uma nota, que a unidade “teve de ser deixada de forma emergencial, seguindo as orientações das autoridades locais” e que “foi garantido que os animais estivessem seguros e com o necessário para a sobrevivência ate o retorno dos colaboradores”. Leia abaixo o comunicado do dia 17 de maio.

Esta foi a segunda vistoria realizada na semana e só foi possível porque o nível da água estava mais baixo. No domingo (19), a ONG Princípio Animal entrou no local, para resgatar animais, porém não havia sido possível, porque a loja estava inundada e sem luz.

Dessa vez, a vistoria foi realizada por representantes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema) juntamente com o Instituto-Geral de Perícias (IGP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Patrulha Ambiental da Brigada Militar.

O Ibama disse que emitiu duas notificações para a empresa: uma para apresentar a relação de animais na loja e outra para informar medidas que tomou para proteger os animais diante da enchente.

A polícia afirmou que diversas testemunhas foram ouvidas a partir de segunda-feira (2), e há previsão de que outras pessoas sejam escutadas no decorrer desta semana.

Duas unidades da Cobasi são investigadas pela Delegacia do Meio Ambiente em Porto Alegre por crime de maus tratos a animais. A outra loja fica na Avenida Assis Brasil, na Zona Norte da capital, que também alagou.

Nota da Cobasi (17 de maio):

“A loja Cobasi Praia de Belas teve de ser deixada de forma emergencial, seguindo as orientações das autoridades locais. Foi garantido que os animais estivessem seguros e com o necessário para a sobrevivência ate o retorno dos colaboradores que considerávamos ser breve. Mas a tragédia foi sem precedentes e, apesar das tentativas constantes da empresa nos últimos dias, não foi possível o acesso seguro à loja devido o nível da água. É com pesar que a Cobasi comunica a perda das vidas dos animais que estavam no local. A empresa seguirá atuando com as ONGs de proteção animal, da região e de todo o país, para salvar as vidas que pudermos, enquanto lamentamos aquelas que não pudemos salvar.”

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Fonte: g1.globo.com

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