Um ano após primeira enchente no Vale do Taquari, nenhuma casa definitiva foi entregue às famílias afetadas

Tragédia em setembro de 2023 deixou 54 mortos e quatro desaparecidos. Além das moradias, municípios atingidos perderam pontes no desastre, afetando a economia local.

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Há exatamente um ano, o Vale do Taquari se tornava um lugar conhecido no Brasil inteiro, não pelo desenvolvimento que gerava um PIB de aproximadamente R$ 10 bilhões ou pela população de mais de 380 mil habitantes. Naqueles primeiros dias de setembro de 2023, a região virou quase um sinônimo do alerta climático no Rio Grande do Sul, situação que iria se repetir em 2024.

As famílias que perderam suas casas ainda não receberam nenhuma moradia definitiva. Na Serra, onde nasce o Rio Taquari, as pontes destruídas pela força da água ainda não foram todas reconstruídas, afetando a economia das regiões.

A enchente de 4 de setembro de 2023 elevou o Rio Taquari à cota de 29 metros, 10 metros acima do limite de inundação e 16 metros acima do normal. A velocidade das águas foi tamanha que arrastou casas ao longo do curso, deixando um saldo de 54 mortos e quatro desaparecidos.

Das 54 mortes, a maioria foi no Vale do Taquari (veja o mapa abaixo). Muçum, com 17 mortes, e Roca Sales, com 14 vítimas, foram as cidades com mais óbitos. Há ainda dois desaparecidos de Muçum, um Lajeado e um de Arroio do Meio.

Os efeitos – somados aos da enchente de maio, que deixou 183 mortos em todo o estado, sendo 47 no Vale do Taquari – ainda são vistos no dia a dia das comunidades. Veja abaixo a situação do Vale do Taquari um ano depois.

Até agora, 44 casas temporárias foram entregues para as famílias afetadas em setembro de 2023, todas pelo governo do estado. Contudo, nenhuma casa definitiva foi entregue, seja pelo estado, seja pela União.

O promotor Sérgio Diefenbach, responsável pela área ambiental na região, afirma que a necessidade imediata é a proteção de quem vive na zona de risco do Rio Taquari.

“Para isso, precisa projeto habitacional, precisa realocação de pessoas e precisa ocupação saudável, ocupação ambiental dessas margens. Isso é uma prioridade”, explica.

A dona de casa Keli Horbach mora, desde abril, em uma das moradias provisórias erguidas em Arroio do Meio, junto do marido e do filho.

“Dá para se organizar, mas estamos na esperança de logo a gente vai para a nossa definitiva. Acho que qualquer um que está nessa situação quer a definitiva”, diz.

Nesta terça-feira (3), o governo do Rio Grande do Sul anunciou a construção de 410 casas definitivas em 11 municípios. O investimento é de R$ 571 milhões. O governador Eduardo Leite (PSDB) não deu prazos para a conclusão das obras.

Também na terça, o Palácio Piratini entregou 28 casas temporárias em Cruzeiro do Sul, somando 500 moradias provisórias a quem foi afetado pela enchente.

“A gente foi observando ao longo do período, justamente, uma série de entraves, desde a dificuldade do município viabilizar terreno. Quando tem o terreno, a dificuldade do município de fazer a preparação do terreno. A dificuldade, eventualmente, do município na relação com o programa Minha Casa Minha Vida, de questões burocráticas, enfim. O estado foi tomando providências para entrar nesse processo como suporte, e agora a gente está entrando com mais fôlego ainda”, diz o governador.

Um ano após primeira enchente no Vale do Taquari, nenhuma casa definitiva foi entregue às famílias afetadas

Tragédia em setembro de 2023 deixou 54 mortos e quatro desaparecidos. Além das moradias, municípios atingidos perderam pontes no desastre, afetando a economia local.

Há exatamente um ano, o Vale do Taquari se tornava um lugar conhecido no Brasil inteiro, não pelo desenvolvimento que gerava um PIB de aproximadamente R$ 10 bilhões ou pela população de mais de 380 mil habitantes. Naqueles primeiros dias de setembro de 2023, a região virou quase um sinônimo do alerta climático no Rio Grande do Sul, situação que iria se repetir em 2024.

As famílias que perderam suas casas ainda não receberam nenhuma moradia definitiva. Na Serra, onde nasce o Rio Taquari, as pontes destruídas pela força da água ainda não foram todas reconstruídas, afetando a economia das regiões.

A enchente de 4 de setembro de 2023 elevou o Rio Taquari à cota de 29 metros, 10 metros acima do limite de inundação e 16 metros acima do normal. A velocidade das águas foi tamanha que arrastou casas ao longo do curso, deixando um saldo de 54 mortos e quatro desaparecidos.

Das 54 mortes, a maioria foi no Vale do Taquari (veja o mapa abaixo). Muçum, com 17 mortes, e Roca Sales, com 14 vítimas, foram as cidades com mais óbitos. Há ainda dois desaparecidos de Muçum, um Lajeado e um de Arroio do Meio.

Os efeitos – somados aos da enchente de maio, que deixou 183 mortos em todo o estado, sendo 47 no Vale do Taquari – ainda são vistos no dia a dia das comunidades. Veja abaixo a situação do Vale do Taquari um ano depois.

Casas não entregues

Depois de setembro de 2023, a rotina da confeiteira Graziele Mallmann nunca foi a mesma. Moradora de Cruzeiro do Sul, ela ainda não conseguiu voltar para sua residência.

“Cansa teu psicológico, cansa teu físico, tua saúde, teu mental, ele cansa tudo, sabe. A gente está na esperança de conseguir ter a casinha própria e fora da área de risco, que a gente não pegue enchente”, diz.

Até agora, 44 casas temporárias foram entregues para as famílias afetadas em setembro de 2023, todas pelo governo do estado. Contudo, nenhuma casa definitiva foi entregue, seja pelo estado, seja pela União.

O promotor Sérgio Diefenbach, responsável pela área ambiental na região, afirma que a necessidade imediata é a proteção de quem vive na zona de risco do Rio Taquari.

“Para isso, precisa projeto habitacional, precisa realocação de pessoas e precisa ocupação saudável, ocupação ambiental dessas margens. Isso é uma prioridade”, explica.

A dona de casa Keli Horbach mora, desde abril, em uma das moradias provisórias erguidas em Arroio do Meio, junto do marido e do filho.

“Dá para se organizar, mas estamos na esperança de logo a gente vai para a nossa definitiva. Acho que qualquer um que está nessa situação quer a definitiva”, diz.Nesta terça-feira (3), o governo do Rio Grande do Sul anunciou a construção de 410 casas definitivas em 11 municípios. O investimento é de R$ 571 milhões. O governador Eduardo Leite (PSDB) não deu prazos para a conclusão das obras.

Também na terça, o Palácio Piratini entregou 28 casas temporárias em Cruzeiro do Sul, somando 500 moradias provisórias a quem foi afetado pela enchente.

“A gente foi observando ao longo do período, justamente, uma série de entraves, desde a dificuldade do município viabilizar terreno. Quando tem o terreno, a dificuldade do município de fazer a preparação do terreno. A dificuldade, eventualmente, do município na relação com o programa Minha Casa Minha Vida, de questões burocráticas, enfim. O estado foi tomando providências para entrar nesse processo como suporte, e agora a gente está entrando com mais fôlego ainda”, diz o governador.

A Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, criada após o desastre de maio, afirma que o governo federal destinou R$ 118 milhões para 12 municípios atingidos contruírem 966 casas definitivas. As construções ainda estão em fase de projeto.

“A maioria das prefeituras, eles encontram dificuldades em conseguir terrenos, porque você pensa uma cidade pequena, que você tem que implantar um bairro com 100, 200, 300 casas. Você não tem um terreno disponível no centro da cidade, então normalmente você vai encontrar uma área próxima da cidade. Essa área muitas vezes está fora da zona urbana, você vai ter que fazer o licenciamento ambiental, você que vai ter que levar a energia elétrica, você que vai ter que fazer a infraestrutura de arruamento para que a casa seja implantada”, diz o ministro-chefe da pasta, Paulo Pimenta (PT).

Casas não entregues

Depois de setembro de 2023, a rotina da confeiteira Graziele Mallmann nunca foi a mesma. Moradora de Cruzeiro do Sul, ela ainda não conseguiu voltar para sua residência.

“Cansa teu psicológico, cansa teu físico, tua saúde, teu mental, ele cansa tudo, sabe. A gente está na esperança de conseguir ter a casinha própria e fora da área de risco, que a gente não pegue enchente”, diz.

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