Homem foi resgatado cerca de 12 dias depois da internação. Mãe conseguiu fugir pelo forro da casa onde era mantida presa. Polícia Civil investiga o caso.
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Uma mulher de 38 anos é suspeita de sequestrar o padrasto, interná-lo em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos e manter a mãe em cárcere privado na cidade de Bento Gonçalves, na Região da Serra do Rio Grande do Sul. Ela está presa.
De acordo com o delegado Ederson Bilhan, responsável pela investigação, o homem, que tem 67 anos, foi retirado à força de casa por três homens em 27 de agosto. Eles teriam sido contratados pela enteada. A mãe dela tentou impedir, mas foi imobilizada e mantida presa dentro da residência até conseguir fugir pelo forro do imóvel. Ela foi localizada por vizinhos em uma área de matagal próxima – foram eles que procuraram a polícia.
“Os ‘captadores’ contratados vieram a Bento Gonçalves na madrugada, ingressaram na residência, em conluio com suspeita, entraram no quarto [do homem], imobilizaram-no, amarraram suas mãos e arrastaram-no até dentro de um veículo que estava do lado de fora. Por fim, conduziram-no amarrado até uma clínica de recuperação de dependentes químicos situada na Cidade de Osório”, conta Bilhan.
A mulher foi presa em 31 de agosto, mas permaneceu em silêncio durante o interrogatório. Foram cerca de 12 dias de buscas até que o homem fosse localizado na clínica. A Polícia Civil descobriu que ele foi obrigado a assinar documentos para ser internado – um deles era um termo de internação voluntária.
“Não havia voluntariedade, nem encaminhamento médico e muito menos ordem judicial para internação, razão pela qual a vítima foi resgatada pelos policiais e trazida para Bento Gonçalves e entregue à família”, afirma o delegado Bilhan.
Segundo relato de familiares à polícia, o homem sequestrado não teria problemas de dependência química.
O motivo dos crimes terem sido cometidos pela enteada ainda não estão claros para a polícia, que também trabalha para identificar os homens que foram contratados para sequestrar o padrasto. A mulher deve ser indiciada por sequestro e cárcere privado.
A clínica que recebeu o homem também é investigada. A Polícia Civil quer saber como foi possível a internação e permanência dele contra a vontade por cerca de 12 dias.