O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou em depoimento ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que o ex-ajudante de ordens confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano para um golpe de Estado e da execução de figuras como Lula, Alckmin e Moraes. A declaração foi dada em entrevista a Andréia Sadi no Estúdio I, na quinta-feira (21), mas, minutos depois, o advogado recuou, afirmando que não teria falado em “plano de morte”. Ao ser questionado por Sadi, Bittencourt afirmou que Cid confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento sobre os acontecimentos e comandava a organização do plano. “O presidente sabia de tudo”, disse o advogado, acrescentando que Cid, como assessor, teve um papel ativo na comunicação das informações ao chefe. No entanto, após a queda e restabelecimento da conexão, Bittencourt tentou corrigir sua fala, afirmando que não usou o termo “plano de execução” como algo relacionado à morte. Sobre a reunião de 12 de novembro de 2022, que, segundo a polícia, discutiu o golpe, Bittencourt confirmou que Cid forneceu detalhes, mas esclareceu que o ex-ajudante de ordens não sabia todos os pormenores das discussões. O advogado afirmou ainda que Cid apenas confirmou a realização das reuniões e com quem ocorreram, mas não os detalhes das conversas. Na terça-feira (19), Cid já havia negado conhecer um plano de golpe. Contudo, as investigações da Polícia Federal sugerem que ele omitiu informações, o que colocou em risco sua delação. No depoimento de quinta-feira (22), o ministro Moraes manteve os acordos de delação de Cid, que agora aguarda o envio do caso à PGR para possível denúncia.